Combustíveis fósseis: características e consequências

Combustíveis fósseis” refere-se a um conjunto de combustíveis que não são renováveis. Eles se desenvolveram há milênios a partir de detritos de animais e vegetais. Estes recursos desempenham um papel crucial na sociedade. Afinal, são responsáveis por mais de 75% do consumo energético global, sendo empregados em veículos, indústrias e lares.

Essas fontes incluem carvão mineral, gás natural, petróleo e seus subprodutos, como óleo diesel e gasolina. No entanto, sua utilização é uma das principais causas das alterações climáticas.

Classificação dos combustíveis fósseis

Petróleo

O petróleo consiste em uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio, originadas da decomposição de matéria orgânica. Ela se origina através da atividade de bactérias em ambientes com baixa quantidade de oxigênio. Durante milhões de anos, esse composto se depositou no subsolo de oceanos, mares e lagos. Quando submetido aos movimentos da crosta terrestre, originou-se a substância que conhecemos como petróleo.

Este material pode ser encontrado em bacias sedimentares particulares, compostas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo é o combustível fóssil mais consumido devido à sua refinação, que resulta em diversas frações. Também são combinadas substâncias orgânicas com quantidades semelhantes de carbono, formando os produtos derivados do petróleo.

Gás natural

É o principal componente do gás natural, que é um tipo de combustível fóssil. Ele é usado como insumo na produção de plásticos, na síntese de compostos orgânicos e também como combustível.

Quando comparada à queima de outros combustíveis fósseis, a queima de gás natural causa menos impactos negativos na atmosfera. Contudo, este recurso enfrenta dificuldades para ser transportado e armazenado.

Carvão

O carvão pode ser classificado em mineral ou natural. Ambos surgem da fossilização da madeira, sendo compostos por substâncias com alto teor de carbono. O carvão mineral pode ser categorizado em quatro categorias principais, contudo, a hulha, composta por 80% de carbono, é a mais empregada.

A hulha serve como combustível e como fonte de luz para vias públicas. Ademais, serve como insumo para a produção de compostos aromáticos, utilizados na produção de plásticos, produtos de limpeza, tintas e medicamentos.

Combustíveis fósseis

Combustíveis fósseis no Brasil

Embora seja vista como uma das mais sustentáveis do planeta, a matriz energética do Brasil ainda depende significativamente de combustíveis fósseis. Por exemplo, o petróleo e o carvão são exemplos disso. Devido à sua grande reserva de petróleo – o pré-sal -, o país se tornou um dos principais exportadores do produto. Portanto, atraiu uma variedade de investidores para essa área.

De acordo com informações da Brown to Green, o Brasil ultrapassou a média dos países do G20 em subsídios para o uso de combustíveis fósseis. Em 2016, aproximadamente 16,2 bilhões de dólares foram destinados a essa fonte de energia. O governo do Brasil também manteve constantes os preços de venda e importação de gasolina, diesel, querosene e gás natural.

Desvantagens

A combustão de combustíveis fósseis pode resultar em danos significativos ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Ela está ligada a várias complicações respiratórias decorrentes da liberação de poluentes do ar, como o monóxido de carbono. A combustão também resulta na liberação de dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, que contribuem para a formação de chuva ácida.

Outro efeito prejudicial do consumo de combustíveis fósseis para o ambiente é o aumento do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global. Isso se dá pela liberação de gases que intensificam o efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono. O uso desses recursos, além de gerar poluentes primários, pode gerar poluentes secundários. Originam-se das reações dos poluentes primários.

O ozônio é um exemplo de poluente secundário. Esse fenômeno acontece naturalmente na estratosfera, uma região da atmosfera situada entre 15 e 50 km de altitude. Neste local, a camada de ozônio exerce o papel de bloquear parte da radiação ultravioleta.

Também é possível que o ozônio surja na troposfera, a camada mais baixa da atmosfera. Isso ocorre por meio de reações químicas entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, quando expostos à radiação solar. A queima de combustíveis fósseis é uma das fontes dos poluentes que originam o ozônio troposférico. Neste cenário, ele pode provocar complicações respiratórias e cardíacas.

Convenções internacionais.

Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade Harvard revelou que a contaminação atmosférica causada por combustíveis fósseis causou mais de oito milhões de óbitos globalmente em 2018.

Portanto, os efeitos provocados pela combustão de combustíveis fósseis têm sido tema de debates em várias conferências ambientais. Portanto, vários acordos já foram feitos para reduzir as emissões de poluentes do ar. O Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris são exemplos disso. Portanto, é essencial substituir os combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis e limpas.

Quais alternativas existem em relação ao uso de combustíveis fósseis?

É necessário construir fontes de energia renováveis para descarbonizar a produção de eletricidade nos Estados Unidos. Ademais, é necessário remover estações que ainda funcionam com combustíveis fósseis, como as centrais termoelétricas.

Um modelo de nível de gerador apresentado na revista Science indica que a maior parte das usinas a combustível fóssil poderia atingir a expectativa de vida normal e ainda encerrar suas operações em 2035, já que muitas delas estão atingindo o término de suas vidas operacionais.

Contudo, um estudo conduzido pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia indica que, se o prazo de 2035 para descarbonização da produção de eletricidade dos Estados Unidos fosse cumprido, apenas 15% dos anos restantes de capacidade em usinas que utilizam combustíveis fósseis seriam eliminados.

Devido à expectativa de vida média, alguns geradores funcionam por um período maior do que o previsto. O artigo destaca que permitir que as instalações operem até a aposentadoria é provavelmente insuficiente para cumprir o prazo de descarbonização de 2035.

Como podemos diminuir o consumo de combustíveis fósseis?

Para dar início ao processo de resolução dos problemas relacionados aos combustíveis fósseis, é necessário utilizar o prazo de descarbonização de 2035 como guia para um planejamento claro e fundamentado na comunidade, mesmo sem um grande suporte financeiro.

O planejamento prévio também contribuirá para prevenir a realização de novos investimentos de capital que podem não ser viáveis a longo prazo. Assim, os pesquisadores determinam que não se deve construir novas centrais de combustível fóssil que ainda estejam em atividade em 2035, mas sim estabelecer planos claros de encerramento, tanto para assegurar a continuidade do sistema quanto para restringir o impacto nas comunidades anfitriãs.

A base das políticas que orientam a aposentadoria de instalações que utilizam combustíveis fósseis é a ideia de uma “transição justa”, que assegura bem-estar material e equidade distributiva para pessoas e comunidades impactadas pela mudança de sistemas de eletricidade fósseis para não fósseis.

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